quinta-feira, 7 de junho de 2012

O dia em que o ônibus que eu estava atropelou um homem

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada e bom além (porque né, vai que tem gente de lá lendo o blog), meus queridos amiguinhos, estou aqui hoje neste feriado simpático de Corpus Christi para contar mais um caso no mínimo curioso que aconteceu nessa minha pacata e ao mesmo tempo concomitante vida. (essa introdução toda foi só pra usar a palavra 'concomitante' porque acho ela legal) (quem quiser saber o que significa essa palavra, joga no pai google porque eu não vou falar. hehe).

E foi isso mesmo, o ônibus que eu e mais uma parcela da população desta cidade pega diariamente (uma boa parcela, diga-se de passagem) (uma ENORME parcela, aquela porcaria vive lotada) foi o causador de um atropelamento de um homem que apareceu no meio da avenida. SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA:

Maio, 2010. Estava este humilde magricelo que vos escreve no ônibus voltando pra casa depois de um dia de trabalho e estudos, escutando The Ting Tings, cantando e dançando sensualmente sentado na cadeira normal como em todos os dias. Era por volta das 21h, o ônibus chegou em uma avenida larga de pouco movimento e acelerou, naquele momento em que os motoristas se empolgam e correm pra caramba no meio da pista vazia até aparecer um mala sem alça pra dar sinal pra ele parar.




Só que não apareceu ninguém, o motorista "arrochou o nó" e correu feito uma bala na pista. Na verdade, ele sempre era assim, e eu achava até bom porque chegava mais rápido em casa. Estava eu lá quase jogando os braços pro céu e gritando como se tivesse em uma montanha russa quando de repente POWW, uma freada brusca e gritos assustados de várias pessoas, praticamente ao mesmo tempo.

Eu estava no final do ônibus, olhei assustado pra frente como todos que lá estavam, o ônibus parou, todo mundo desceu sem entender nada, mas quando saímos dele vimos um corpo estendido no chão um pouco antes de lá. A frente do ônibus estava meio amassada.

Momentos de tensão: o motorista atropelou alguém? Todos correm pra ver, tem um cara jogado no meio da avenida. Logo aparecem populares para olhar, pessoas pedem pra chamar uma ambulância, algumas pessoas começam a chorar. Inclusive o próprio motorista, parado no meio fio, olhando pro céu.

Confesso que não fui lá ver, não gosto de olhar tragédias assim, ainda mais tão de perto (ao contrário de dezenas de pessoas que pararam suas atividades em suas casas para olhar a desgraça alheia). Logo uma ambulância do SAMU chega (foi até rápido), colocaram o homem, que ainda estava vivo, dentro dela e saíram em disparada.






Fiquei o tempo todo meio longe, esperando não sei o quê, sem saber ao certo, junto com alguns outros passageiros, querendo ir logo pra casa e sem acreditar que o ônibus tinha mesmo atropelado alguém. Depois, o cobrador aparece, algumas pessoas que estavam perto perguntam sobre o caso, ele explica e aí sim eu soube que a história real desse atropelamento foi mais absurda do que eu pensei. REPAREM:

Um homem namorava uma mulher, beleza. Mas esse homem sofria porque o pai desta mulher não aceitava o namoro, não lembro ao certo o porquê. O homem estava sofrendo por amor há dias, coitado, sem sua amada, e revoltado porque o seu ex-futuro sogro não queria que o romance dos dois continuasse. Aí ele resolve se matar.




Só que o plano de acabar com a própria vida não era assim tão básico, no estilo "corto os meus pulsos e beleza", ou "tomo 481295 comprimidos de medicamentos tarja preta e bato as botas", era algo bem mais elaborado: ele ia se jogar em frente a um ônibus, como se fosse um atropelamento. Mas era em um determinado ônibus.

Sim, meus jovens, o motorista do ônibus em que eu estava era o ex-futuro sogro do cara!!!

Não sei dizer se o cara morreu, acho que não. Fiquei pasmo com essa história. Um congestionamento quilométrico já se formava na avenida, mas arranjei uma caroninha simpática e cheguei em casa são e salvo.

Nesse dia estreava uma nova novela das 8 da Globo, Passione, vocês lembram? O Tony Ramos era um pinguço, o Totó, tinham cenas na Grécia, enfim. Entrei finalmente em casa, minha mãe ligadinha na novela, e então eu disse:

"Ô mãe, pode ir desligando essa TV aí porque acabei de presenciar um caso de novela que deu muito mais audiência que esses daí!"

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