segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Mensagem brega de fim de ano

Ganhei um livro muito legal. É aquele do Nick Vujicic, que nasceu sem braços e pernas mas mesmo assim tem uma vida incrivelmente feliz. Ganhei agora, no Natal, tô lendo ainda e já pude abstrair dele diversos ensinamentos e observações que são muito úteis pra quem deseja também ter uma vida incrivelmente feliz.

2012 foi um ano... médio. Tem anos que são muito bons, tem outros que deixam a desejar... este que termina ficou no meio termo. Não posso e nem quero dizer que esse ano foi ruim, apesar de algumas coisas que aconteceram, e principalmente, que não aconteceram. Esse ano foi bom, mas poderia ter sido melhor, se eu tivesse me esforçado mais pra isso. Tive algumas conquistas, iniciei atividades que eu nem imaginava iniciar, e que deram certo, encerrei outras que não estavam me favorecendo... foi um ano bom, sim.

Comecei a estudar inglês, almocei mais fora, comecei a frequentar academia. Depois parei. Criei um blog, comprei mais livros, fiz a assinatura de uma revista. Consolei, tentei ajudar no que pude. Esqueci datas de aniversário. Tentei trazer mais graça pra quem estava sem graça. Votei. Fiquei em dúvida, muitas vezes. Sofri, chorei, me lamentei. Fui promovido. Tive vitórias muito gratificantes, reconhecimento, amizades, abraços, sorrisos.

E principalmente, ri. Ri da vida, da minha vida, das nossas vidas. Achei graça de como nós somos geniosamente ridículos, de como somos engraçados quando queremos ser sérios e como somos sérios quando queremos ser engraçados.

Que 2013 tenha tudo isso e muito mais. Que em 2013 eu tenha... saúde, amor, paz, alegria, um monte de coisa boa e coragem pra concretizar aquilo tudo que eu mentalizei antes de dormir durante 2012 todo. Acho que a palavra é essa: coragem. A mesma coragem que o Nick Vujicic tem na vida dele pra conquistar as coisas e ter uma vida incrivelmente feliz.

Feliz 2013 de muita coragem pra todos vocês.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Vestibulares da vida

Jovens e jovans, o resultado do Enem 2012 saiu hoje, trazendo com ele alegrias e decepções, o que é natural quando você se submete a essa quase luta de MMA que é um vestibular.

Quando cursamos o ensino médio sentimos a pressão que é escolher uma carreira e viver sustentado por ela pelo resto da vida. Na teoria parece ser difícil, e é mesmo. Nem todos conseguem. Eu, pelo menos, não consegui. Ainda.

Acho que nunca tive muita sorte nessas coisas. Na primeira vez que tentei o vestibular, na UFC, em 2006, escolhi o curso de Letras - Espanhol, sem nem saber ao certo o que ia estudar lá. Achava que ia aprender um idioma e poderia viajar pra Espanha (mal sabia eu que poderia ser barrado no aeroporto mesmo). Acabei que não acertei nenhuma questão de física e não passei da primeira fase. Quando me inscrevi no vestibular da Uece, dois anos e alguns meses de cursinho depois, foi pra bacharelado em Geografia. Fiquei nos classificáveis, quase me mijei nas calças achando que ia ser chamado e entrar no curso mas não me chamaram. Fiquei arrasado.




Quando entrei finalmente lá, para cursar Letras, foi tão legal que a ficha só foi cair um bom tempo depois. Aliás, às vezes me dá uma espécie de "não acredito que eu passei pra Uece e já tranquei o curso". Mas é isso mesmo, nem tudo é do jeito que a gente quer, né.

Você pode dizer "Ah, mas você trancou porque não se esforçou o suficiente", ou "Porque trancar com 2 semestres apenas? Nem deu pra conhecer o curso direito" ou ainda, "Como você se esforça tanto pra entrar pra depois sair sem concluir?" ou ainda mais, "Mas a faculdade era de graça! Você nem ia pagar nada e ainda não quis!". Aí é o seguinte:





Nunca entrei achando que Letras era o curso da minha vida. Não tinha a intenção de me tornar professor e viver disso. Pelo menos não agora. Entrei meio que para fazer um teste, ver se era realmente aquilo que eu gostava. Gostei de várias coisas, inclusive, algumas, pra mim, foram complicadas de largar, pois tinha me identificado mesmo. Mas outras, ou melhor, a maioria, não me 'seduziram'. Acreditei que dois semestres seriam o suficiente pra tomar a decisão de trancar ou não. Até agora ainda não me arrependi.

Me esforcei de acordo com a seriedade que a disciplina me passava. Tinha uma cadeira que me fazia ficar acordado até de madrugada para terminar os trabalhos. Tinha outra que quando eu olhava pra prova, tentava lembrar quando era que eu tinha visto o conteúdo que estava sendo cobrado nela. E eu via pessoas que copiavam de um papelzinho escondido as respostas na prova sem nenhum remorso. Confesso que eu fiz isso algumas vezes.

Eu não poderia continuar nesse 'esquema' até concluir o curso. Eu não podia fazer isso comigo. Concluir as disciplinas sem ter entendido nem a metade do que ela propõe. Você pode me achar um devaneador, fantasista, achando que estou esperando encontrar o curso dos sonhos e amá-lo do começo ao fim. E eu digo que é mesmo. Num tem tanta gente que se completa verdadeiramente com o que estuda?




É, eu sei que nem tudo são flores reluzentes do campo, tem sempre uns espinhos que precisamos atravessar; às vezes eles nos ferem, dói, temos vontade de parar, mas a meta de ir em busca da satisfação profissional tem que nos mover com cada vez mais força. Ninguém merece ser infeliz no seu trabalho. Ninguém precisa ser infeliz no seu trabalho.

"Mas Tiego, a UECE é de graça!" Sim, e aí? As 3410684724 páginas que são necessárias xerocar já promovem um rombo no bolso de qualquer um, ainda mais de Letras, que tem muitos textos pra ler. Mas concordo que não pagar pelo ensino superior é uma vantagem invejada por muitos. Apesar desta vantagem não estar disponível para muito mais gente do que era pra ser. Mas isso é uma outra história.

Vou continuar em busca do novo e do belo, do incrível e do surpreendente, e porque não dizer do tedioso e do frustante... Estou aberto à novos desafios, e eles trazem diversas sensações que só o tempo dirá se serão satisfatórias ou não pra mim.

Bom, agora verei se com a minha pontuação do Enem que tive conhecimento hoje vou conseguir isso que tô procurando. Manterei vocês informados. Abçs

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal por Tiego Victor

Não quero me alongar falando sobre o espírito natalino, sobre como mudaram os valores que essa época prega, sobre como essa data passa tão despercebida para muita gente. Queria apenas falar algumas coisas:

Muita gente considera o Natal uma data monótona, onde você tem que se submeter a encontros familiares para troca de presentes, comer e rezar. Pra mim, o Natal é algo muito mais interno do que externo. É dentro do meu interior que reflito sobre o que de bom e o que de ruim tenho feito para com os outros, e o que posso fazer pra mudar. O que minha vida influencia nas outras, em quê ela pode ser útil para que outras vidas sejam beneficiadas.

Quando as pessoas dizem que Natal é tempo de reflexão, é para, ao meu ver, pelo menos uma vez no ano você parar e pensar em como VOCÊ afeta a vida dos outros, de que forma VOCÊ as influencia, qual a importância de VOCÊ para o mundo que te cerca, o que VOCÊ pode fazer pra melhorar o seu relacionamento na sua família, com seu parceiro(a), no seu emprego etc.

Mesmo que você não siga religião alguma, uma boa dose de reflexão sobre sua própria vida não lhe fará mal, nem será perda de tempo. Para quem acredita, eu creio que, nessa época do Natal, Deus coloca o ouvido dele bem mais pertinho da gente, e ouve delicadamente tudo o que temos pra dizer. Realizar os nossos sonhos é só uma questão de tempo. Mas, claro, se você crer nisto e der o primeiro passo. É só uma questão de tempo.

Feliz Natal pra vocês, seus lindos/suas lindas.


domingo, 9 de dezembro de 2012

A aranha arranha e me espanta

Sábado pra domingo, 1h30 da manhã, está este jovem que vos escreve sentado na mesa da sala navegando nos mares nem sempre serenos da internet, olhando a vida alheia no Facebook e procurando outras futilidades que não acrescentam nada de interessante na minha vida.

A sala estava escura, iluminada apenas pela luz que a televisão ligada emitia. Com sono, eu começava a fechar algumas abas do navegador quando de repente ela surge. Imponente e faceira, aparece saindo da cozinha com passos tranquilos, como se não estivesse se importando com o inusitado ambiente ao redor. Quando percebi que algo se mexia na penumbra, virei o rosto e olhei. Imediatamente exclamei:

VALHA MEU DEUS UMA ARANHA ENORME!!!!!!!!!11!!1!!!!1!!

Tenho aversão a aranhas. Aquelas pernas compridas e cabeludas passeando pela cerâmica, aquela face misteriosa, aquele ar de "olha como você se caga de medo de mim, seu idiota!", aquela superioridade enganchada em teias bem elaboradas que envolvem sua presa com perfeição.

Saí praticamente correndo da sala, desliguei tudo e fechei a porta pra ela não sair de lá. Lembrei logo que ela poderia ter vindo do meu quarto; em outras duas ocasiões apareceram por lá aranhas similares àquela, que me deixaram igualmente tenso por saber que eu dormia ao lado do inimigo. “PQP, deve ter um viveiro de aranhas por ali. Será que é da casa do vizinho?”, pensei.





Fui dormir meia hora depois, depois de vistoriar o quarto inteiro e me assegurar de que não havia mais nenhuma outra ameaça ali. No escuro, enrolado no cobertor dos pés à cabeça, fiquei pensando no que aquele malévolo animal de 8 patas que estava na sala estaria fazendo naquele momento. Provavelmente, centenas de planos malignos para arruinar os mais diversos setores da sociedade. Da minha sociedade, pelo menos.

Ao amanhecer, minha mãe acorda e vai para a sala, liga a televisão e em seguida vai à cozinha para fazer o café. No fogão, ela não percebeu quando uma coisa preta se aproximou de seus pés. Ela olha ligeiramente pra baixo, e quando percebe que a aranha está ali, leva um susto tão grande que quase faz virar a panelinha onde a água do café fervia, onde possivelmente o líquido quente cairia nos seus pés e na aranha, tostando-a ali mesmo, algo que eu estava com vontade de fazer nela desde quando a vi antes de ter ido dormir.

Ela sai em desabalada carreira para a casa da vizinha, e pede pra que alguém mate a aranha. O marido da vizinha se prontifica em ajudá-la, entra na cozinha da minha casa, vê o animal e diz à minha mãe:

– A senhora tem algum recipiente vazio aí?

– Tenho... por quê?

– Pra que eu a coloque dentro dele e a leve daqui, olha só como a bichinha tá acuada, coitada, ela quer ir pra um lugar mais sossegado.

– Peraí, você não vai matá-la? Já ia pegar o vidro de álcool pra derramar em cima dessa sebosa e tacar fogo nela!

– Não, não se pode matar um animal desses, pelo contrário, é uma vida que corre perigo!

– Vida que corre perigo? Pois então leve essa vida inocente pra longe daqui, por favor!

Então, o marido da vizinha não só chama a aranha pra dentro do recipiente, como ainda pega nela, deixa subir na mão dele, faz até um carinho no aracnídeo. A intimidade que o homem tinha com a aranha era tão grande que minha mãe ficou abismada, nem quis ver; resolveu ir pro canto e furar a tampa do recipiente onde a aranha iria ficar. Depois que termina ela diz:

– Pronto?

– Pronto. Olha como ela tá feliz agora? Parece até que ela sabe o que vou fazer com ela.

E ele sai na sua bicicleta com a aranha dentro do recipiente. Passa por algumas ruas do bairro, cruza avenidas até chegar numa grande rodovia que tem por entre as redondezas. Parando numa parte onde tem apenas mato e algumas indústrias instaladas, ele abre o recipiente e a deixa sair.




Segundo ele, a aranha sai muito contente, roçando suas pernas cabeludas no matagal que havia na beira da estrada. Ele ainda percebe que ela o olha e faz uma espécie de gesto, algo como um sorriso no rosto, de agradecimento por ela, depois de tanto procurar, conseguir chegar em um local agradável, ou, quem sabe, por ter voltado à seu habitat natural que vivia a algum tempo atrás. Ela apressa o passo e entra no meio dos matos crescidos, sumindo rapidamente.

Quando eu acordo, vou logo perguntando a mãe se ela havia visto a aranha, e ela me conta o que aconteceu. Eu respondo, indignado:

– Poxa! Porque que ele não tocou fogo nela de vez, hein? Já ia perguntar pra senhora onde ele a tinha queimado pra eu ir lá esfregar na cara dos restos mortais dela quem é que manda aqui! Deixa que da próxima vez que aparecer uma eu trato dela.

Quando uma aranha sai da toca e demora a voltar, geralmente a ‘companheira’ dela sai em sua busca, para averiguar se houve algum problema. Foi só eu fechar a boca que a suposta companheira da aranha aparece, na sala. Perversa, com autoridade suficiente pra, se tivesse o poder da fala, dizer em alto e bom som “quê que tá pegando aqui, hein? Vim atrás da minha esposa, quem tiver feito algo contra ela vai levar pêia muita!”.

Adivinhem quem correu pra chamar o marido da vizinha pra salvar uma vida que corria perigo.