domingo, 6 de maio de 2012

Dente do siso


Meus queridos amiguinhos, certa vez uma amiga me disse que dente do siso só nasce pra dar trabalho na sua vida. É difícil eu ver alguém que não precise extraí-los, sejam porque nasceram tortos, virados, deitados, com preguiça de viver, enfim. Inclusive os meus mesmo terei que extrair, provavelmente não será um episódio muito interessante, mas postarei aqui depois. A protagonista desta história é a Paloma, uma grande amiga minha, que extraiu um dente do siso e passou por situações, digamos, complicadas.




Ela foi e voltou do dentista só, e ainda de topic (van), com a boca toda dormente. Chegando em casa, teve que enxotar na base dos gritos os parentes que estavam brigando com o cachorro dela (quase abre os pontos da extração) e comer o que lhe cabia (suquinhos e sorvete) por dias a fio, até tudo sarar. Foi difícil, viu, como geralmente é com quem faz extração de dentes.

Voltando às atividades normais, trabalho e estudos, tudo volta ao que era antes, mas ainda sem poder comer muitas coisas. Assim que saí do trabalho, nos vimos, ela estava ainda com aquela aparência comum de Fofão (só que apenas de um lado, ela só extraiu um dente) e íamos pra casa quando:

"Tiego, num aguento mais comer sorvete!"

"Mas Paloma, é o que você pode comer sem problemas, né."

"Mas já fazem alguns dias da extração, eu quero comer alguma coisa sólida! EU QUEROOOOOOOOOOOO!!!!!!!!"

"Tem certeza? Olha lá hein"

"Tenho!" *fazendo a carinha do gatinho do filme do Shrek*



"Tá bom. Vamos la na Americanas comprar alguma coisa"

Quando a gente chega, ela corre pra parte de comidas e se agarra com um pacote de bolo de laranja. "É ESSE TIEGO, AI MEU DEUS TÔ COM ÁGUA NA BOCA JÁ!". Compramos um toddynho também e fomos direto pra parada de ônibus.

Assim que chegamos, o ônibus vem. Entramos e sentamos nas últimas cadeiras, não tinha mais cadeiras na frente. "Tiego, aqui balança muito! Vai abrir meus pontos!". Eu, sempre tranquilizador: "Menina, abre nada, é bom que no balanço a gente vê se realmente o buraco do dente já tá sarado e se o dentista é bom e fez os pontos bem firmes mesmo. E também, ou a gente vai aqui ou vai em pé!"

Sentados, abrimos o pacote de bolo. "AAAAI QUE CHEIRINHO BOM DE BOLO!", disse a Paloma empolgadíssima.

"Paloma, tem certeza, né?"

"Ah, tenho sim!"

Pega um pedaço do bolo com a mão mesmo e come. Acho que vi uma lágrima de emoção rolar pelo rosto dela.

"AAAAHHH QUE DELÍCIAAAAA!!!" (é em caixa alta mesmo porque ela fala, digamos, com o tom de voz um pouco elevado em momentos de alegria. de tristeza também, e de raiva e de carinho ou seja, sempre ENFIM)

O motorista tava meio que com pressa e metia o pé na carreira com aquele ônibus. E haja balanço lá dentro. A Paloma odeia ônibus apressados, morre de medo. Ele corria tanto que cheguei a pensar se o motorista sabia do dente extraído da Paloma e tava fazendo aquilo só de sacanagem.

Resumo da obra: o motorista balançou tanto que ela quase se engasga com o bolo, os pontos abriram um pouco, doeu pra caramba, ela ainda foi tomar o toddynho, acabou melando a mão dela e minha calça, o bolo se esfarelou todo, foi uma beleza. Descemos do ônibus todos sujos, parecendo duas crianças pequenas quando comem pela primeira vez alguma coisa que lambuza tudo. Mas a gente riu tanto dessa situação toda que não nos importamos.


Bom, depois disso ela retornou ao dentista, tirou os pontos que restaram e passou mais uns dias na base do sorvete até definitivamente o bolo e outros alimentos mais sólidos voltarem para a sua dieta natural.

Fica a dica: não façam isso, jovens. A Paloma que o diga. Mas, assim, queria ainda deixar um recado pra ela: Palomita, quando você extrair os outros dentes, me chama, VAMOS PEGAR AQUELE INDUSTRIAL DE 9H20 QUE O MOTORISTA CORRE QUE SÓ, EU LEVO AQUELES SALGADOS DO TIO DO BENFICA E UMA ESPIGA DE MILHO COZIDA, VAI SER ADRENALINA TOTAL!!!!1!!!1!!111


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